sábado, 31 de outubro de 2009

os pulmõs pesam e pensam. desenho na fumaça o teu rosto. a nicotina eleva. gozo. o típico prazer deixado no fundo do copo. sujeira de café. o pó. sobre as mesas. dentro das gavetas. adianta tentar sobreviver. adianta adiar a morte. adianta querer sem saber direito o caminho. não sabendo, mas fazendo, lendo e deixando o mundo assim meio parvo. meio de lado diante dos vícios. dessa maneira que eu sei que tu não me lês. do jeito que não me entendes. do jeito que eu sonharia, se assim pudesse. eu tenho vícios. meu estilo é o erro com que acordo e o corpo me junta os dedos e me esquece. assim eu erro e circun-escrevo tudo o que não devo. vejo as pernas verdes. o mundo mágico tornado torto. goles largos de café. assim aponto o lápis. os dedos. aponto os pés. seguro. seguro no mundo. seguro o mundo. assim . bem assim. como quem crava os dentes num corpo alheio. que crava as unhas vazias em olhos vazados. assim. assim. bem assim. eu sei que agora entendes. eu sei que sabes o que eu quero. eu sei. tu também, não? acho feio perguntar. mas foi o que me restou. preciso desligar logo. me esconder. você sabe onde me encontrar. terceiro corredor. 34 - Z. no meio do deserto, pronto pra morte. estante número 574. terceira prateleira debaixo pra cima. 2459 de cima pra baixo. o quinto livro no inferno. capa preta. sem letras garrafais douradas. apenas um arranhão. de unha maldita e marca de batom na gola.

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