quinta-feira, 29 de outubro de 2009
as cartas se põe ao largo do corredor. o espelho velado olha e não vê. não pode. a imagem feita na tela às pinceladas sutis que insistem num tempo dentro do tempo. um tempo mais rápido, feito turbilhão. uma onda explode em cores. em brancas cores. a cor que abre no fundo dos olhos é feito o desejo da pele. o desejo que arde devagar na ponta dos dedos, nos lábios. no vazio. as coisas rodam. rodeiam. aprisionam. assim. lentamente pego de surpresa por um envelope fechado. a escrita suspensa nos cortes bruscos de uma mão bárbara. bem germânica. não sabe destrinchar a coisa delicadamente. o faisão se faz ovo frito. o champagne é água. tudo gira e redunda que meus torrões de açucar não se firmam. há uma corda. para pular. corda bamba. onde todas as palavras babam bambas e sem corpo. as cartas, no entanto, restam intocáveis em seus envelopes invioláveis. até quando um envelope poderá não ser maculado por estes dedos de facão? não insisto no desenho. coleciono as cartas. todas fechadas enquanto espero aquela cartada final. que se abre sem juízo, pura alucinação, no fundo negro do céu nas profundezas do mar.
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