sábado, 3 de outubro de 2009

o largo da estrada se abre. opções. nenhum. casar é tão difícil. tenho um convite pra um café impossível. a escrita flui tão ruim. não tenho idéias. a cabeça pulular de alucinações mágicas. ser mendigo em Paris ou Nova Iorque. tão nada. tão filosoficamente estranho pensar nestas dores feitas mágicas. tão drama de palco. tão eu. tão nós. tão cheia de nós. tão penas cadentes, já que estrelas não há. as pessoas tem tantos casos. eu fico neste acaso. tão naúfrago. pintando telas com os dedos e sem tintas. tão sem compartilhas desejos e sonhos. desabafando as mágoas que afogo num bom gole de café. uma boa companhia sempre é heróica. junto assim. impossibilitados pelo destino. tão shakesperianos. tão... dramáticos. ao som de celine. e tão pop-art. sem dívidas ou dúvidas. assim trilhando os caminhos da literatura. no cansaço pulando páginas. escrevendo no vazio. e de novo. e mais ainda. não consigo. o que fazer quando não se pode ler? quando o vazio que insiste não permite que me leias? no entanto, só tu me lês. ninguém se importa com este drama que a gente inventa no interior do gabinete, fugindo da vida. com os livros despencando, e mais pertos da vida do que muita gente. baforo um cigarro imaginário. é o frio. os dedos latejam. assim. cansado. a dor. o pé. e me abandonas em suspenso e não sinto nada. não sinto medo das verdades. as minhas verdades são tão caleidoscópicas e doloridas. o coração é feito passeio por uma biblioteca. livros com páginas arrancadas. lhe dedico meu diário. tantas páginas e desenhos esparsos. que resta isso. a ruína deste templo grego em que apolo assassina meu dionísio e os anjos, tão católico, com seus turíbulos me asfixiam e meu peito oprime. resta ainda a última violência: insistir em viver.

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