sábado, 24 de outubro de 2009
a pequena chave na mão e o buraco da poesia. a noite. os faróis na distância. a sombra é um corpo que dorme. entrevejo entre versos uma lembrança esquecida. não me dizes nada, apenas me envergonha neste lampejo lateral mergulhado em três tequilas. a mão segue. suspensa. a chave no pescoço. a voz que presa insiste na idéia. ainda assim. diga. afirme. não sei o que dizes, não consigo entender. essa distância que borboleteia e me obriga a escrever de novo. tudo de novo. mas nenhuma palavra sobre isto. oculateremos os ossos do cadáver. ficaremos com seu terno usado e os dados. não saberia. tudo isso é tão vago. sem direção. há o labirinto que chama, voz de sereia impossível. as sirenes em alerta. luzes vermelhas e foco. o crime não houve fora daqui. preso no fundo da bolsa a garraga sanguinária se mistura com as poucas lágrimas e as gotas de perfume. a carta seca a dor e cicatriza. mas ainda... ainda.. não mais.
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