quarta-feira, 7 de outubro de 2009

o cérebro em fúria. mil idéias que se chocam. chega a doer. para tentar manter alguma racionalidade, me segurar no real, escrevo. sem pretensões. escrevo. não sei o que se passa aqui. na letra. na grafia do impossível. a cabeça sofre de algo que nem o corpo sabe. o corpo ignora. cadáver silencioso como vulcão traiçoeiro.o corpo é que me joga pra longe. vontade de gritar e correr. limando os segredos e as possíveis referências. tão puramente subjetivo sem dizer nada. o cinema fechado para os fantasmas. o eu autodestrutivo em pulsão. o pulso lateja na fronte. no front. já destruí meus dentes comendo uma maçã. sei o que quero, mas não sei onde está. um copo de fogo prestes a transbordar. atravessar o limite. a fronteira. apagando as cicatrizes que existem como pura alucinação. caso transborde, me desgarro do real. tudo pode ser mentira, até este real que se reflete detidamente no retrovisor que não há. tudo cerebral demais. a animalidade domada relincha. esperneia. senta e chora como uma criança mal-criada. envio telegraficamente alguns indícios e sinais a meu único leitor. este que me rouba de Paris e me faz ver Nova Iorque. é como se o corpo quisesse viver sozinho. sem a cabeça. frenesi. eu ainda me seguro aqui. na estátua de sombra. nas colunas de livros. há que se preferir estar morto a perder o controle. a escrita de morte. hora de silenciar o corpo sem cometer um crime. não restará nem fantasma, nem luta, nem nada. a paz ou o inferno, apenas.

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