"visão de um cavaleiro"
sei que te ocultas entre uma ou duas cúpulas, entre as asas de um anjo sorrateiro, entre o cinzel que lhe escapa das mãos. sei que esta forma apenas ofende. sei que não te serás capaz de reconhecer aqui. mas ainda assim, a tentativa. um punha que risca o fundo do olho. eu tento não dizer eu, para dizer de ti. mas sou apenas este eu que diz de ti enquanto dormes em teus séculos santos. tuas madonnas são outras de desejos domados. dizes azul onde eu vejo em preto o gesto que se faz em mil e quinhentos sonhos. o preço da água sobre 15% em Paris hoje e é quase meio-dia. eu não sei de tua tristeza. abriga-te em teu manto sem segredos e sem códigos. eis o meu pequeno quadro, o retrato do meu estado. deixas me no estrado, assim em uma cena siena e sem idealismo. sem luzes. desenho aos poucos teu presente que não me saí, nem mesmo com as notas de um violino amigo. o arco preso a mão não me abraça em um tom, mas faz sutenido de meus temores. e aqui, nada resta daquele que fez temer a natureza dos degraus latinos e que de um ladino em pedra ausente se transpôs e que fez de cor apenas uma mesclado de sorriso e nada mas tem de mim, contigo.
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