terça-feira, 10 de novembro de 2009

cacofônia. o tropeçar das palavras empoeiradas. o francês saí arrastado. levemente atado, de olhos fechados. não saí: voz muda. não muda o tom, mas a altura. assim. do jeito que observas não vai. dê uma chance. não toca minha mão. não se pode. não dá. eu tenho rente a pele, atada a coxa, uma adaga fina e afiada que perfura lentamente as dúvidas. abre isso e escreve seu primeiro bilhete. larga a caneta depois do testamento. o codicilo inesperado numa lágrima que não veio. assim reprodutivel e facilmente imitável. cheio de clichês e maquiagem vagabunda. assim. meias rasgadas, saia curta: pernas saltando aos olhos.um fio de sangue na gengiva. raiva e fúria. deverias entender, mas não sabes ler, não como eu te ensino, não como te faço crer e ver que não há nada aí a não ser o muro. não salte o muro, depois dele há outro, e outro, e outro, e outro. assim, tantos e impossíveis como estes assim. resta uma caligrafia. calígrafo calma que se abafa na noite, com uma lua recoberta de burca, olhos misteriosos, calando fundo na escrita. um nome em sangue. dragão aberto, insígnia dos teus desejos platinados. os rostos que passam. as coisas que não acontecem. tudo arrancado e pegando fogo com os jornais e diários. tudo. até mesmo isso. sim. não reclames. tu já sabias. era assim que tudo deveria restar. restando no eco o fantasma enquanto desenho animado. caricatura com dor de cabeça. maquiagem borrada. não me importo com os desenhos nas capas. abandona teu missal. a água lustral banha o corpo com outro corpo de pecado. resta assim. só. a palavra e o eu. nenhum e sem direções. vontade de. e não mais.

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