sábado, 7 de novembro de 2009
há um gosto estranho no ar. abro as cortinas, a luz beija o corpo nu deitado ao largo da cama. recluso nas palavras perfumadas de sonho, eis o que resta. o corpo e a luz. conto um segredo, assim de leve, como quem não sabe o que diz, mas diz a verdade última. preciso correr, o trem. aberto nas páginas que não sabes. não entende o múrmurio de minha língua impossível de jornais. te peço, não tentes. aquilo que sabes, que pensas desvendar, só tu tens a chave. agora saibas o porquê na última alínea de certeza. preciso correr, escolher terra e mar. a lápide gravada com apenas um desenho estranho. o aberto de mim para o nada. aqui resta, no fechar das cortinas, no corpo vestido de trevas.
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