quinta-feira, 26 de novembro de 2009

cabaré

o bar gargalha. prostitutas aos seus postos!
hei você, não abandone seu copo... siga o corpo.
nós queremos você sempre, e é claro, seu dinheiro. ou ele sem você. a ordem aqui importa.
siga a risca minhas regras ou saberá o futuro as custas de uma marca de batom na gola.
eu não serei seu amor, querido. não me faça perguntas. não desabafe. talvez eu não as queira responder, talvez não queira te aconselhar.
não! tire as mãos daí!
sente o gosto da dose de uísque... vem beber lentamente o peso dos meus lábios, delire nas flores, mas não toque nas minhas romãs.
gargalhe à vontade, essa noite é apenas um acidente no percurso.
não precisas saber meu nome, não me importo com o seu.
tocas apenas a moldura que aos seus sentidos concerne entender. para além da maquiagem, não conseguirias seguir meus traços de manequim volúvel que se vende com as roupas que usa.
aceno e sorrio.
deixe... deixe estar... até o fim da noite o saxofone vai te engolir e, por mais que resista, ambos sabemos que como o amanhecer você vai cair.

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