terça-feira, 1 de março de 2011

um pouco de xadrez

quantas peças estão postas diante do tabuleiro? eu preciso dar as devidas pausas para escolher como me mover. é sempre preciso, nas dez primeiras jogadas, evitar bloquear as próprias peças e assim ir liberando espaço. em que jogada estamos nós? quando posso dizer que tu, quem começou o jogo, parou de jogar e derrubou o rei? mas o jogo aqui é mais grave, as peças são combinadas, as casas para ser ocupadas são mais amplas, o tempo dispendido diz da tua coragem. mas isto pode significar somente quando um de nós desistir do jogo. talvez esta seja a jogada perigosa. não adianta assegurar suas fortalezas para tentar um futuro roque, o que temos pra esta noite não são algumas notas feitas de algum rock'n'roll. é cello dolorido, o arco deixando marcas no carpo e no rádio. o que tu sintonizas? escondendo nas mãos nervosas de unhas roídas os dados no bolso esquerdo da calça. eu sei onde tu esconde tuas cartas falsas de ás de ouro. saber do jogo não me impede de pará-lo. dizer isto apenas muda as regras de lugar. sem flores na manhã seguinte por favor. jogadas ensaiadas não surtem o devido efeito quando se descobre que as casas vermelhas valem -10 pontos. qual a vantagem de manter o controle? insisto. eu te mostrei minhas cartas e eu não blefo. todo ganho do peão na abertura com a dama é um erro. nunca toque na dama cedo demais. mas não deixe passar a chance. é o rei quem sempre pesa e (se) atrapalha nos lances. recomendo: giuoco piano. algum vinho, chocolate, por favor. evite tocar o fígado no jogo. eu tenho minhas defesas preparadas, não tenho medo de impor as linhas de sangue. mas você sempre para de jogar e foge, não desiste do jogo com honra, não sabe da desculpa para mantê-lo aqui. não me diz ainda nada. eu nunca insisto. escrevo sempre. nunca recapturo um peão, mas ofereço apoio. qual a ordem dos movimentos numa variante fechada? não tente argumentos lógicos ou sorte num jogo restrito. sua coluna está aberta. é minha dama quem te olha. peças negras e luzidias armadas de brilhantes até os dentes. não te faço peão dobrado. te libero no campo aberto, saltando as minas, os paus e as copas. não te preocupe com minha dama, é seu rei que é o alvo.

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