é tão comum e banal ter crises na segundas-feiras. acordei as 14h, tomei meu banho... ainda não comi. estou na biblioteca, tentando ler, tentando escrever. comecei um artigo, mas não para mim. não consigo mais pensar. não para mim. deveria parar com o poço e o não-posso, mas nem é a melancolia que aflige. não há algo perdido, mas há este suspenso, corpo quase como pêndulo. me sinto só. sábado tive um dia de bridget jones: um litro de sorvete para encontrar alguma felicidade. preciso reorganizar meu calendário. minhas agendas sempre foram mais pensamento do que tempo. há esta lógica tangente que dói. você me esquecendo. eu te lembrando. é como retratos que se esvanecem com o acumular do tempo. te enviei notícias, não recebi nada. talvez seja porque é segunda-feira e você nas alturas, como os anjos, não possa se não esperar pelo fiat lux para fugir dos portões e dos olhos que tudo vêem. mas não sei o que você vê do lado de cá. é preciso ler meu jornal diário. avaliar as letras: eu andando descalço pela biblioteca, perigosamente sem perigo algum. livros não matam, mas as folhas cortam como navalha. talvez o que dói seja a insistência da existência.
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