"coup de coeur".
(pas de coup de dés).
não verifico mais o estado da arte. eu não sou apenas um tolo, mas acho que sim. e tenho a impressão de ser um pouco mais tolo quando eu acho isto, de qualquer maneira. mas é um roubo. fechei as cortinas do teatro. quando foi a última vez que fui ao teatro? sei dizer quando foi a última peça que li. mas teatro... no pavilhão escuro, não sai da vida. é hora dos pequenos crimes. eu moro numa ilha, ao sul, com mar e céu azul, mas não gosto daqui. tampouco sei de onde gostaria de estar. e quanto mais penso, mais sei que é bach que está morto e tantos cretinos vivem. e tu que escrevestes um concerto para memória de um anjo. mas de anjos, não posso mais. quantas notas suporta um sectário egoísta. tenho um postal de uma pequena igreja de sainte-foy-les-lyon guardado. é teu aniversário, talvez nos assuste passar pelo chemin de montraÿ: o cemitério tão perto. como os anos, as folhas, o ângulo que muda, a palavra que pesa. eu hospedado no número 4 da rue des arches. por quem passo na rua? me tira do palco, desgruda meu rosto deste estranho que repete isto que eu escrevo e penso. esta cadeira me cansa. suspende minha certeza e assopra as velas. apaga o tempo com a luz.
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