quinta-feira, 10 de março de 2011

"Mas se te dói pisar este medonho
Chão de abrolhos que eu piso, imagem pura,
Torna outra vez a aparecer-me em sonho".
- Alberto de Oliveira.

tive um sonho do tipo surrealista. isto pode parecer ser um paradoxo, mas não é. minha cabeça lentamente parava de doer...por mais incrível que pareça... tive dois sonhos reiterados. eu que quase nunca lembro dos meus sonhos, sonhei duas vezes o mesmo sonho. (se místico fosse diria que há algo pode detrás desta magia). procurava por meu lugar, uma casa, um apartamento, qualquer coisa... tinha quadros (lembro-me de reconhecer um monet derretendo em uma parede). o lugar era amplo. futuristas. linhas. espelhos. metal. lâminas. o elevador dava grandes vôos (na horizontal) pousando sempre na água. havia fontes e nelas sereias. mas sob tudo pairava a tutela mortuária: quando chegava na casa deparava-me com um grande cão negro, qual anúbis, presidindo os segredos. eu que nunca tive destes medos me intimidava diante do poder antigo do animal de olhos vermelhos. perdia a linguagem. não sabia correr. nada via. o corpo extático: olho-no-olho. animal encarando animal. nisto acabei despertando. das duas vezes.

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