segunda-feira, 28 de março de 2011

mais uma peça de quebra-cabeças

"Não, não te assustes; não fugiu o meu espírito;
Vê em mim um crânio, o único que existe,
Do qual, muito ao contrário de uma fronte viva,
Tudo aquilo que flui jamais é triste."
(Lord Byron)

e ficarias comigo até quando? eu sou apenas isto e não quero te manipular. para isto escrevo um pequeno romance monocromático e monocorde (como as batidas de um coração comum). um romance razoável. sem pequenices pequeno-burguesas. apenas o cristal intocado, uma garrafa de vinho, uma boa poltrona. a vida sem pretensões de ação. (... lealtà, gerarchia e meritocrazia.... de motto aristocratico...). dir-se-ia ''cena um'', mas há apenas a cena, câmera estática, imagem muda. palpitante. sem agonísta. um olhar que cruza um olhar. leitura suspensa como quem observa e transita por um quadro. sem cinema. museu de nada como museu de mim. não sei se devo terminar meu desenho. te dar um desenho é algo perigoso. recebi um quase elogio, como um cartão de visitas: ''você é bonito, mas não é o meu tipo de homem''. aqui falta aquela peça de ''como se''. mas ninguém lê. talvez seja hora de inventar o vento. eu gosto das regras. de mim sempre saberias o que esperar. até mesmo num atraso inesperado. dos bons dias quando eu acordo, das boas noites quando vou dormir. mas não sou nunca escolhido. são os meus pas d'esclave. sem variação. aceito o convite de lord byron, ao contrário. atropelaremos don juan. sem o fino invisível das asas de poesia. estrada, sim, longa, cadáver enterrado em cova comum. bem longe da minha biblioteca. mas sem crime algum. só na memória. esquecimento como arma selvagem. (não perca o trem, corsário).três borrifos de meu perfume predileto, para um boa noite. (... esperando por outra peça do quebra-cabeças...).

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