(para Victor)
“Get down, get deep and down”.
o carro parado em meio ao nada urbano e arborizado: silêncio. a mão que tocou a mão. sem música. o ipod perdido na noite anterior quando seu braço esbarrou na minha cabeça. lance de dados. havia a luz. a luz insistente. na esfera dos diálogos eu e uma amiga nos detínhamos em deliberar em libras: gestos. toda lembrança é repleta de gestos e línguas estrangeiras. um oi e poderia ter sido apenas isto. mas o bar cheio, as pessoas, os esbarrões. eu não queria apenas minha bebida, eu precisava dela. o que era? nada frozen, nada com sorvetes, nada dos meus drinks requintados… tequila sunrise. de longe bem pior que minha clássica e singela uísque ou gim tônica (com sua rodela de limão determinante). a cidade quente como o deserto, meu nariz que insistia em sangrar tantas vezes durante os dias. mas mesmo nos naufrágios há a companhia das últimas horas (o que dizer disto?). há o irrepresentável perigoso como risco fio da navalha na pele ou marca de chupão no pescoço… mas não, não houve perigo. (não se corre perigo com os abraços a não ser que o abraçante te levante do chão durante eles). tocava spice girls e isto faz memória daquilo que te é impossível lembrar. say you will be there. as cores deturpadas por pétalas do mal. noite de britney e afins. o insuportável tomado como espaço apertado em que as pessoas insistem em tocar. cinderela sempre precisa voltar para casa brincar de gata borralheira. dia seguinte feito último dia (estes últimos dias). espaço aberto em que o sol dispara seus raios e os olhos, sorrisos. e o até logo, quem sabe?
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