sábado, 9 de janeiro de 2010

Um tapa na cara no escuro. Feche as pernas, não abra os segredos assim, tão fácil e vulnerável. Não se poder ver a sorte numa xícara de capuccino. Eu sinto falta. Saudades, dir-se-ia. Mas eu pinto rostos e tantos que me perco no meio deles, mantenho a minha maquiagem. A estrada, agora, está vazia. Eu estou, sempre, vazio. A passagem aberta na noite não responde. Precisaria fazer um telefonema, bem o sei. Precisava achar meu alçapão, lá onde encontrei meu livro de receitas e as cartas prontas. Eu não gosto de engolir estas regras. Decidir as cabeças que rolam e não saber, no fim, certo e errado. Quebrei meu óculos, criminosamente, ontem à noite. Esta é uma verdade! Não me faças perguntas retóricas, eu sei migrar. Pulando as linhas eu não escrevo mais, eu pinto. Faço um desenho no aberto e no aperto. Sempre fugindo, sempre correndo, sempre não sabendo saber direito o caminho. As bússolas mentem. O céu engana. Eu queria uma pequena pintura, apenas. Não intervenha no meu tabuleiro. Velas acesas e distendidas, que venha o mar.

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