segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Muito longe

para Andrea,
como sempre,
que entende até a lógica do improvável:
Uma vida feita teoria.




É este o tempo e o lugar das ausências e dos erros, onde é preciso construir a chance. Abrir o guarda-chuva, mesmo quando há apenas o sol. Eu não vou dizer o que você quer ouvir apenas por isso, mas talvez eu e você possamos sonhar com isso. Há uma cocerinha no nariz, um convite para dançar. Eu preciso pegar meu ônibus. Meu caminho está traçado, mesmo sem poder te dizer isto. Neste lugar em que os fantasmas desenham lápides e jogam com os próprios ossos. É assim, longe dos relógios, no beco escuro, à procura de um telefone público, onde as esquinas se encontram com o medo. O lixo jogado ao vento faz apenas acumular o medo. Eu não posso tocar o rosto. A escultura que eu planejei é como as estruturas que refiz e não sei mais sonhar. E nem é porque tenho pesadelos. Pesadelos seriam alguma certeza. É preciso apenas deixar ir.

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