quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
notas de agora
eu diria que queria, entre três copos, o problema. o toque impertinente do olhar. e distante. cortante. sem rimas. sem tudo isto que se erige imagem. sem fundamentos. eu ainda queria. e querer sem depois e apenas agora e para sempre, se fazendo assim no canto do olhos. escondendo os segredos. e querendo. ainda. e doendo no querer velado. sem ser oração e suplício. apenas querendo um futuro com um tempo a mais. um mais ainda. e talvez, quem sabe, soubessemos, que há força. no abraço, uma força contida nos lábios apertados que não podem dizer disso. mas sei que não. não é assim. e mais uma vez me calo. olhando as horas, apenas elas, horas, sem tempo. tendo fome da mão sem luva. dos postais que não chegam. do meu presente apenas. o espelho quebrado. tu lias pra mim debaixo da chuva. e sabia fenecendo as rugas. e sabia endurecendo os ossos. e quebradiços os sonhos e as fechaduras. eu me calava. desenhando assim. quietinho. no íntimo de mim, um sonho velado.
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