quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Herrschaftsvertrag
eu não assinei o contrato. tu disses que eu podia dizer eu. e assim eu posso. compro um lugar. eu tentei tocar suas costas, bancando o teórico e dizendo não. não. eu gosto do não. como quem diz sim e pinta os olhos. moça escondendo o sorriso atrás do leque. eu te dei espaço e terras para tuas fortalezas e nas minhas idades médias te encontrei velho e comedido. na minha biblioteca onde de cueca branca, eu vejo o mundo além das cortinas. tão clichê. e pensando em como pensar destrói e te tira de mim. cada vez mais quadro pintado em uma de minhas aquarelas manchadas. eu queria muito ser a primeira pessoa. ou talvez a terceira, mas sempre a esperança da última é maior. sem santas ceias, não partilho hóstia, mas não entro na competição. saio do campo como quem detesta geometria. sou de linhas, entre dois pontos. rompendo as sedas e entrando no baixo calão. eu te digo que existe estas coisas. taxionomista do impossível, taxidermista de corpo ausente. meu corpo e delito sem marcas é apenas sonho, como sempre. assinala o xis na minha lápide. me aceita, monumento, história, fantasma.
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