domingo, 6 de março de 2011

La sonnambula

«Ah, non credea mirarti sì presto estinto,
o fiore passasti al par d'amore
che un giorno sol durò »
(Amina, Atto II)

ainda sou capaz de ouvir os aplausos de milão ao fundo, som baixo, ritmado, sequência, suportando a última ária. talvez eu ainda esteja imerso nos lençóis do sono e todos meus passos que avançam no mundo, não te tocam o rosto, mas apenas diáfana cortina feita de medo. ah, non credea mirarti... talvez o moinho a girar, em seus ruídos, insista em me fazer ouvir teu nome. o exótico oboé me cinde em dois. eu preciso encontrá-lo: o labirinto é um caminho entre dois mundos. olhos semi-cerrados: me equilibro ante teu chamado. não ouso despertar.

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