domingo, 27 de dezembro de 2009

à procura

hoje comecei um romance, escrito como carta em aberto. como página para um leitor apenas. para alguém que também sabe que faz e que desfaz na escritura este eu desmanchado. como todos os outros restará apenas o vestígio. como presente. presente perplexo e contínuo em que não construo nada. em que desisto do jogo. em que eu não posso. tu ficas aí na tua janela fumando placidamente seu cachimbo. nem mesmo há tu. este nós feitos de descompasso e desencontro. eu queria poder responder a uma pergunta apenas, que tu não fazes. não podes fazer. não realiza o encontro. não podes. penso em abandonar o museu caso eu consiga fechar o diário. os jornais capturam as páginas em preto e branco. o dedo indicador dói. insignificância e ausência. eu queria poder escrever um pouco mais, mas não é possível. é preciso deixar a latência, o roxo da pele, a dor no fundo da retina descansar. quem sabe assim seja possível o fim.

Um comentário:

  1. de um certo exílio
    para
    como convite a aventura

    (... uma vez que o que era uma vez não cabe mais...)

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