sábado, 12 de dezembro de 2009
[5] Adaga
ele abre, soturno, o corpo, bem devagar. tem nas mãos duas penas para cumprir a cena. a respiração dói no interior dos ouvidos. um pequeno mistério, de ódio egípcio, o faz salivar. dia de desarte. de resto, apenas resta, ali, comendo devagar as frutas, como quem devora um prato visceral. o all-star machuca o dedo mínimo do pé esquerdo. como todas as dores, é pequena, o corte talvez não seja. há tantos planos que não dão certo. uma adaga mestiça risca um nome, como cartografia, no ar. marujo, o mar é apenas o azul aberto para as outras cores. o mar nunca está sozinho, será sempre, no mínimo, azul e verde. há um ódio premente que aperta a fraqueza. o que seria afinal a escolha errada. eu tenho um número de páginas, mas nem sei o problema. a mão segue. é bom colocar um agasalho e ir para as aturas dos infernos.
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meu coração dilacerado por uma adaga reluzente...
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