quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
[2] Liebsträum
3 tons de vermelho, por favor. e um amarelo agudo. não quero tecer um rascunho de meu delírio. tome a chávena de sobre o piano. eu te queria, sobretudo, me queria nos teus braços, garota. não te imporia a nota mais aguda e ríspida como a ponta deste pincel. meu querido, Liszt, como eu te quis. e sem igual. assim, meio viciado em poréns e entãos, como as mãos trêmulas queriam tocar teu rosto para além da imagem. talvez eu pudesse, entre tantas portas, ondas, com todos os erres, sem interior influxo, pulmão arrombando o peito, além deste retrato mal feito, te oferecer uma escultura com o correr dos dedos no piano. você apenas não deveria ter me oferecido a sombra, eu no deserto, sem água, cedi: as miragens doem mais quando deixam de ser ilusões. talvez por isso eu liquefaça teu nome neste l sem rotas. sei que não lerás, sei que não entenderás esta nota, mesmo que fosse um rodapé. eu só creio em algo, não neste local, esta árida não se quer area de tons não vivos, quem sabe a tragédia ceda ao drama. pois bem, esqueço teu endereço e perco o sono. a cama resta vazia, mas o espírito inquieto.
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