sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

[4] porta-jóias

admiro a pedra, olho através dela o vulto do rapaz. ali, entre as cordas, o arco e o violino, eles tem os olhos puros num desejo. tem as asas bem grandes, como minhas garras. um passo, dois, cuidado, o azul de cabalto estraga o céu. o óleo de linhaça não afrouxa as correias. eu te daria um presente doce. eu tive algumas chances, talvez. mas não. escrever é demais e enjoa, e afasta e não diz o que eu quero te dizer. talvez eu nem queira. o francês que não há, ressona. eu tenho um cadáver para dissecar.

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