terça-feira, 22 de dezembro de 2009

não acredita nesta esfinge
a placa diz vire à direita
o abismo feito serpente engole
o vazio verde do deserto
as formas do que esqueci
pode ser
assim, isso que preciso
manchando a moldura dos quadros
o último retrato não salva
não traz solução
não traz resolução
mas há muita coisa
a se esconder meu sorriso
o largo das mesas
compras, compras, compras
não compras
a mão que te estende
sem luvas
a luva
a certeza
o anel que rola escada abaixo
imagem que cai
como o outono
esquece
anda devagar
deixa a chuva molhar
o macio da tristeza
para ficar nisto
e nisto apenas

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