Di questa poesia
mi resta
que nulla
d'inesauribile segreto
(Giuseppe Ungaretti -
Mariano, il 29 giugno 1916)
sentado a frente do banco do brasil. espero ainda. na avenida diante dos meus olhos, não uma passante, mas uma multidão delas, já não faz diferença, destas que certamente eu não amaria. não quero os corpos, mas vejo as sombras. é mulher, carrega uma sacola, nem tem tanta pressa. mas o dia tem, como o rapaz de terno barato que quer o rastro do final da tarde. em minha são paulo noturna há os passos apertados, o assalto, as mãos gélidas. o que queria realmente o trombadinha quando suas mãos passearam pelo meu corpo procurando bolsos e neles o que ali houvesse? meu mapa não é o de roberto piva, tampouco o de mário de andrade. continuo minha cartografia em seus calendários. são paulo: rodapé em que disserto do teu e do meu desejo. os passos sempre apertados, meu olhar vago, de quem procura o horizonte, quem acostumado com o duplo-azul feito mar&céu, se perde e vaga. o metrô, sempre duas estações atrasado, sempre sem olhar para os lados. qual perigo se esconde na próxima esquina?
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