quarta-feira, 13 de abril de 2011

exílio

ainda em exílio. acordei com um peso, respiração ruim, corpo arrastando mais do que os ossos. precisava de ar, mais do que de ar, da liberdade na curva dos ventos. não dormi esta noite. não comi. não consegui. mandei selar minha égua. para além do trote e do relâmpago dos pensamentos, o galope, o vento frio como navalha no rosto. eu pensei em ti, andromaque, e nos motivos pelos quais não houve nada, senão silêncio. tu nunca te perguntou do meu silêncio? eu preciso abrir um chafariz enigmático em meio ao campo. cortando as páginas e escondendo os raikais que escrevi. queria, não fugir, mas correr, até o corpo perder a consciência de ser corpo, o pensamento se apagar num fade in lento... como as horas. não sei quanto tempo estive lá, no campo, nas seis horas da manhã, dia amanhecendo para quem insiste em acontecer. minhas horas de existência são este desligamento de coisas. eu entoei meu canto, maldoror... não consigo mais sustentar uma próxima letra.

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