sábado, 8 de agosto de 2009

os olhos

estréia. estrela de tablado aberto. giros compenetrados que se esboçam ao largo de um sorriso. caminhando e saltando os tracejados da íris. dedo contra o dedo no caminho escuro. caixa de máquina escura. filme revelado. os olhos que me miram no espelho quebrado de um banheiro circunstâncial são os meus. eu quero aquele ali. o fragmento de vidro no fundo do olho. retiro três cartas de circulação. circunlóquio em que as certezas se perdem. as levezas vieram com os cílios entre grandes luzes. fog & whisky. caiu o pano em sedas e palavras. as tuas costas, vodka voava. todos armados no parque romano do corpo (que a madrugada não fala e nem poderia). os não são sempre mais fáceis ainda que desmoronem. e salto listras azuis e brancas. o chão sujo e liso, língua colada no teu céu de boca. o olho contra o olho não. entre as bebidas no balcão. copos. cubas. gelos. quedas. os ossos isolados da noite. a fibrosa e gelatinosa música. sou apenas um e tão lúcido que francês nem saiu. a cifose em dança cai e espera na recepção de teu hotel. pequena letra comida e compartilhada. a santa ceia pode ser modernizada e os milagres ainda acontecem. esqueci o diário. pronto e vampirescamente almejo a luz do sol. do vão alto. 1,70 metros de obstáculo que liberam nos meus 1-7-5 alguns km de horizonte e de ponte em luz violeta. e observo. seres que a noite vomitou. [...vinte e cinco centavos para contribuir com a tua-minha morte...]. o labirinto me engoliu e eu tenho todas as chaves e todas as senhas, mas não vejo as portas. há a escada. acima o inferno, abaixo o céu: como o sono, na curva do ônibus, despencando pela janela - bebida, olhos, pés e corpo.

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