terça-feira, 5 de outubro de 2010

uma oitava abaixo

ele não falava muito, mas olhava excessivamente. a voz calava fundo. tantos outros rapazes. qual a tessitura destes sons. o violino é que cortava o pulso. ele não falava. no agudo singelo, seu grito de dor era uma soprano bem afinada. ad honorem dei. como dizer desta cisão, do que apenas os ouvidos sentiam... il ragazzo... matteuccio. um tempo marcado pelos pedais, pelas teclas brancas e negras. era ali, na lateral do olho que as teias de aranha se prendiam. ele não falava muito. não podia falar. a voz, aquilo que sobressaía, era o que tinham feito dele. entre os cachos, entre a maquiagem, ele não podia falar. cada nota, cada palavra sobrevoava um outro mundo. ele não sabia falar. mas como cantava...

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