segunda-feira, 4 de outubro de 2010

empire state

para andrea

é nos grandes topos que as grandes decisões acontecem. tu salta duas teclas ao piano. se escondendo devagar, entre as notas, no acento solto, é new york que descobres, palpitando no fundo bêbado do olho. há um beijo selvagem dentro do concreto, do couro, das motos. o cabelo ao vento. quem som. a jazz band ainda toca. as palavras macias misturadas ao blue & blood do crime noturno. puxa o zíper devagar, o ponto oblíquo da objetiva diz da revista de amanhã. aperta o passo no salto-alto. sabemos dizer ainda. afundando os dedos na neve pedimos mais uma dose. é a cidade quem oferece. sem esperanças. há a fumaça subindo dos bueros. clima de suspense. saca a caneta do bolso e escreve um número de telefone. correndo pela selva, tão vazia e tão infinita. o crime é latência. o desejo na pele. a cidade do novo mundo. ela escoa dentro de nós. insistentemente.

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