domingo, 16 de maio de 2010

cinderella

os cabelos castanhos, o jeans justo, o rosto maquiado e o all-star vermelho. sério, ele ainda brinca de montar os castelos. talvez não devesse. o espelho, espelho meu, dele numa fase off-line. apenas táxis ocupados passam e nenhum cavalo branco. na mochila traz as sapatilhas de ponta. não querer pegar ônibus é uma escolha, andar é uma necessidade. sentir o vento frio, a umidade, aquele gosto de toque de ausências. um sonho nunca sonhado. o celular ainda no bolso e que não toca. apenas 15 minutos. quanto tempo se leva para tomar um capuccio? sorri e engole aquele brilho latente de esperança. ele faz parte do grupo daqueles facilmente esquecidos. um rapaz alto passa. um loiro entrega em um pedaço de papel um número de telefone. outro, sobre a calça, acaricia a genitália. sintaxe de rua. nojo, ele sente ânsias de vômito. saca o lenço de seda azul do bolso leva ao lábios, o cheiro perfumado de estrelas desvia o grupo de péssimos pensamentos. derruba o diário. como se entregar ao delírio. os carros, o farol e os minutos que antecedem a meia-noite. é no limite. a última chance.

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