sábado, 26 de fevereiro de 2011

Sem saltos

(Para Talita)

Tesouras que não cortam mais nada poderiam ser encontradas nesta cena envoltas em lenços de cetim. Não obstante, renunciamos. Não desistimos. Tu daqui, dali. Dizendo, sustentando nos socos a força de minhas pontas. Luvas e sapatilhas: um mundo ao espelho. Tu me viste pela primeira vez antes que eu te visse. Encontrei-te no fundo dos teus olhos… para te achar depois imagem pelo fundo vago do meu copo vazio. Talvez eu pudesse beber da tua sede. Talvez pudesse insistir nestas vagas incertezas que nossas mentes se tocam e fazem faísca. Mas neste talvez eu não encontraria teu abraço de braços fortes. O corpo. Nós não fugimos um ao outro, abandonamo-nos à vida, ao aberto das portas, das entradas e saídas. Quem sabe em que bar nos sentaremos amanhã?

Nenhum comentário:

Postar um comentário