quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

de um certo divã

(...da série quando eu preciso &...)

leio a outra face do inconsciente. meus pincéis não são surrealistas, acredite, é a apenas um estado de espírito. é difícil abrir os olhos. procurei nos meus mapas uma estrela chamada hinter, mas descobri apenas que isto significa "atrás" o que ainda assim está em conformidade com o quê penso. esqueci meus brincos de brilhante dentro de minha taça de martini. alguém corre me trazendo outros para deixar no lugar. onde você estará? em algum museu vendo bosch, tomando milk shake pelas ruas... o corrimão anatômico da minha sintaxe se dispersa. não sei o que fácil aqui, isto nem ao menos é confortável. não quero ter de embaralhar minhas verdades e peneirar com alguma lógica. você fica aí, batendo a caneta sobre um bloco de notas, como se tocasse banjo e realmente este gesto tivesse algum sentido, mas ele nao tem. apenas irrita. você tem destas flores estranhas na janela, não gosto de amores perfeitos, prefiro tulipas, um campo delas. "quelle tempête, la lumière!", insiste michaux espionando de lado. eu estou mais chato que o habitual. preciso fazer as malas, fechas as saídas, esquecer por uns três ou quatro minutos que vivo atrás dos óculos. e nem consigo escrever como se deve. quando a realidade é lenta é apenas dói, talvez seja necessário enfrentar o silêncio. com outro silêncio.


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