segunda-feira, 29 de novembro de 2010

um pouco de café

a tragédia em cena já não me basta. não é o suficiente escrevê-la, à artaud, mas irromper para além do palco, naquela coisa palpitante, meio vida, meio desconhecido. meio corpo que dança suspenso de madrugada. descobri um poeta chamado paulo augusto, cantando uma balada para madame satã. do alto da lapa não sei o que vejo. perdi meu brinco de brilhantes. um gole a mais de cachaça. café batizado. amigos, lado-a-lado, conversando pela internet. dor de enxaqueca. enxaqueca de ressaca. abrindo a mão dos matemas. da matemática. minha análise combinatória de hoje é apenas roupa, cor, peça. sem desejos. sem excessos. barulho demais. e isto. sempre isto. esta ânsia de escrever. de encontrar aquele poema, não meu, mas aquele, você sabe. perdido em algum lugar. o caldo negro da noite ainda demora. não deveria estar gastando estas palavras. mas nem são tão boas assim a ponto de, você entende, não? um ano depois. quase dois. e ainda. aqui. ainda assim. é isto. sempre. ah, engole em seco. engole quente. garoto. o café frio da vida gelada que ainda insiste.

Nenhum comentário:

Postar um comentário