segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Narcissus Cyclamineus

: ei, onde e como atravessar o caminho? há uma latência eterna que cansa nas palavras. estou só. estou cansado. você não entende a voz que ecoa pelos corredores deste hospício em timbres quentes e cores agudas. a vida é o mínimo da vida que ainda escorre pelo corpo. o banho ainda. talvez pele. talvez através de si. a mínimo gota de suor com a máxima dor de existência. há aquele copo sobre a mesa. a fome. a fome que infecta as palavras como uma mão segurando um espelho. o nariz coça e coça e coça. a alergia: o que se expulsa do ar, vivendo no ar, no leve de si. hora de ir. hora de não mais ficar. eu queria aquela voz. aquele quadro. aquele desenho. o labirinto fechado do diário que você não saberá ler. brincamos de tempo-espaço: sou zenão de eléia, és einstein. o movimento parado, as pálpebras que se abrem. como gerar mais que energia no atrito dos corpos? na parada e na ausência. a vida se abre em queda livre estrelas afora. nesta repugnância que não distingue uma obra de arte sempre secreta, sempre em exílio. a música sempre me cansa demais. é preciso não murchar na página. sem respirar, eu ainda repito, você não saberia traçar aqueles pontinhos. não brinque com os aindas, o tempo é o que resta e insiste sempre, ali, no corpo, como se dissesse daquelas cores. porém,

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