segunda-feira, 29 de novembro de 2010

de certas coisas

não gosto da certeza de um talvez, mas quem sabe de seu conforto. conforto ali, quinze minutos depois, atrasado, cabelo molhado e correndo, aquele do 'quem sabe'. silenciosamente criminoso, vai e vem com o relógio, bancando o esperto, num tempo suspenso entre o que já foi e o 'veja bem' ainda por vir. simples assim. ou não. tudo coladinho no paredão de fuzilamento. uma barra de chocolate a mais, uns gramas a mais e lá se foi toda a boa forma. como quem insistisse num texto sem vírgulas, soprado numa sopa de letrinhas espertas e esparsas. banho é sempre banho. na companhia de outra pessoa é, auxílio lava-costas. ou quem sabe. ou ainda. não. não. não. tenho direito: pausa dramática. luzes baixas. quem sabe gelo seco? ahn... néon profundo como teu coração envelhecido. uma rolha salta. grunhidos sonolentos. um lençol amarfanhado. dentes que rangem. ou não. mas e se na guinada o contrário fosse mais verdadeiro que a verdade do que dizes enquanto dormes? lavo minhas mãos. sem metáforas. ou você vem e diz. ou vem e diz. o não diz é tão mar aberto durante a madrugada, num barco sem vela, com apenas uma cumbuquinha de água... vazia. é preciso o mínimo de exatidão num mapa frouxo. no teu desejo há apenas uma imagem latente. o batente da porta que nunca é usado. campainhas? celulares... tens apenas direito àquela palavra. seleciona. irrompe. pinta logo o quadro como quem maquia um rosto. diz logo a tua excusa e pula a janela. os abismos sempre fazem os horizontes suícidas.

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