quarta-feira, 2 de setembro de 2009

cansei. calores e frios. a pele retorce, resta um pouco de tosse. vontade de desenhar nos ouvidos abafados a possibilidade última de um múrmurio. rasgar as páginas de um dicionário em inglês. há o que se lê. você não me deu, não pediu e não me deu um beijo na boca. a sola dos pés restam em poeira. junto aos ossos da estrada há aquele resto de flor, aquele vestígio de maquiagem, aquele frasco de perfume acabado. não consigo sabotar partidas, as coisas que vão e vem. acho o livro escondido, mas esqueço de ir aos correios. espero apenas um sim. se me disseres, tão lógico e coerente, eu vou acreditar com muito amor. mas não sei, apenas ouço um pouco de música no fundo azul do céu que não reflete nos olhos lânguidos e fechados. o vento bate, de leve, unhas contra a pele. cravando os dentes neste pedaço de papel em branco. há cera,os lápis. os olhos, as olheiras. os brincos jogados a um canto. é tão simples uma resposta, mas esta barba mal-feita, mas este pijama amassado, essa voz pesada de cigarro. lançando dados, as mãos nuas embebidas na melancolia deste bilhete. a dança feita numa noite ex-cusa. em que as meias pontas de pés e cigarros se lançam e não se vendem tão facilmente. hora de postais. (eu quero brincar de ana contigo, aceite meu endereço). não há certeza na dor. a janela e a chuva. o encontro das gotas para além do já-hoje. sem sonhos meus. acordo atrasado, corpo suado esquecido como marca-página.

2 comentários:

  1. "acordo atrasado"
    pois é!! hahaha
    ;P

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  2. me levanto gritando
    y casi a punto de tocar la alfombra con las plantas de los pies, decido despertarme y abro los ojos.
    hoy no es el dia, ni siquiera la semana, el mes o el anho.
    vuelvo a pegar la cabeza contra la almohada...
    empecinado en iniciar el dia
    en la cama incorrecta!

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