sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

eu te roubaria um beijo, se pudesse. mas no fundo eu te roubo, nesta superfície, te entregando todas as minhas palavras.  eu te escondo nas minhas vírgulas. eu te roubaria este beijo, não por te saber em algum lugar distante, mas por passear no fundo de tuas retinas assombradas quando me olhas e sorri. e ficas vermelho. te roubaria um beijo, mas te leria um poema. um bom poema. aquele poema. talvez isto não fique a altura do meu roubo, mas nenhum roubo é uma legítima obra-de-arte, pois que é a obra-de-arte por ser o que é que motiva roubo. eu não te roubaria um beijo. eu te daria, bastaria sorrir. mas distante, sorri e permanece.  eu te tocaria os lábios com gosto de café. mas eu te toquei, na minha alucinação. você recuou.  é seu beijos que me escapa por entre as mãos, como me escapa a mim, aos meus lábios, quando recuas. te escreveria um acorde de três notas, as três notas candentes deste muxoxo levemente puxado para esquerda. eu te roubaria, mas não posso. não sei ser assim. eu te ajudaria a roubar, como carta na manga, impingindo crime ao jogo, mas crimes de seda.  eu te roubaria a tua sombra, por sobre a mesa, tocando nela você.  eu te daria um bilhetinho às 3 horas da manhã, com palavras escritas de fininho, na penumbra, pra não te acordar. eu te roubaria um beijo, mas não roubei, porque se roubasse seria apenas este e não outro. apenas um beijo roubado por mim, um beijo de tirado de ti. eu ainda não tenho o direito de te roubar sequer isto, um beijo. então apenas roubo tua imagem pelas minhas palavras, esperando no vulto tropeço, poder roubar um beijo, aquele beijo que no fundo será o teu beijo para mim.

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