terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

coloco mais uma vez as cartas na mesa, não tento montar mais uma vez o castelo nas nuvens. antevejo sua ortografia. uma carta não é um ás de copas, sequer um bom coringa. quanto valeu o teu jogo, este que eu perdi? quanto vale sumir nas próprias palavras nas quais sou eu quem paga o preço e é minha cabeça que rola? eu te vejo de longe, te leio de longe, não te toco. leio. e sem tocar nas cartas e empilhá-las, embaralho os pensamentos e me desencontro te encontrando como sombra no horizonte. no fundo do meu pequeno oceano eu sei que eu é que provoquei os meus naufrágios, sei que fui eu quem afundou o navio... mas apesar disto, não fui o primeiro a procurar me salvar, me agarrando a algum salva-vidas ou bote fortuito, como quem se agarra a uma possibilidade de vida. eu quem abri no casco do navio um buraco, mas me deixei ir junto, água abaixo, lágrimas abaixo, faltando ar, afogando um a um todos os sentimento que já não poderiam boiar, mas pesavam e me arrastavam para o fundo. para o fundo deste mar como um grande deserto de sombras.

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