segunda-feira, 21 de junho de 2010

...Reticência...

Não sei dizer se entenderias meus silêncios entre teus números. Eu, que recebi um elogio de ti, tenho medo de ti, destas suas constâncias. Poucas palavras trocadas e há três anos sei teu nome. Você é lindo. Você sabe que é lindo. Como chamar tua atenção no meio disso. Cinderela de all-star e calça skinny, esguia e pensante, pode aparecer no meio da multidão? Eu quase que fugi, quase. Não fugi, chovia, e chovia muito, precisava voltar (não sei dizer o porquê de precisar sempre voltar a um lugar desconhecido). Tinha fome, a cabeça aberta literalmente se perdia em pensamentos sobre a vida. Verei o jogo. Queria poder desistir do jogo, ser claro e objetivo, literal, apaixonado pelos pés das letras e dizer… você sabe? Eu estou aqui, logo vou dormir. Você vai dormir? Ah, para você eu sempre insistiria em dizer sim, mas talvez não. Não poderia. Eu não sei conversar, despertar o desejo, sempre te afasto. Preciso lavar os pensamentos, torcer os últimos desejos, secar teu cabelo, costas e peito. O que você quer? eu poderia ainda, também, (tímido) tirar sua toalha, (ganhando coragem) te pôr na cama, te beijar inteiro (na dúvida se foi um pouco além)… e dormir de conchinha. Mas não, durmo sozinho, televisão ligada para encher o quarto de vozes. No meu desejo, passo os braços em volta do teu corpo, deixo-me envolver te envolvendo, fico passeando meus dedos no seu peito, desenho a linha de teu rosto (como quem lembra o que pode esquecer), entrelaço minhas pernas nas suas pernas, descobrindo o contato, o choque, o corpo outro, para te encontrar ali comigo, na cena. Sem racionalidades, dou três beijos na sua nuca e uma mordidinha de leve no seu ombro e dormimos. Eu aqui, você talvez…

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