sexta-feira, 3 de setembro de 2010

guilhotina

a bateria acabou. talvez forçada pela mão que insinua o vazio da resposta e das condições de resposta. não tenho as opções que deveria ter. não sei o que fazer diante da liberação do crime. o telefone está morto e você não me olha. o deserto se abre numa flor seca. numa flor tornada glacê, mas sem desejo. você abraça árvores e nunca está aqui. não se põe na cena nunca aqui. eu psicanaliso ainda mais, embaçando os óculos, águando o uísque com muitas pedras de gelo. escondendo os hematomas.nem tudo é simples assim. não tenho corpos no meu porta-malas. não rasgo os pulsos como se eles tivessem zíper apenas. abrindo e fechando. o que verte as dúvidas. será possível um texto que não diga eu? que não diga você? um texto realmente feito com as palavras no nível da palavra... sem arranjos e sem combinações. não estou bêbado, há sempre limão e primeiros socorros. mas deveria saber talvez, os laudos psiquiátricos que terei de preencher ainda hoje. quem irá morrer? no limite do meu discurso sempre tenho de decidir entre eu e você. se estamos vivos é que ainda não fiz a minha escolha.

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