sábado, 4 de julho de 2009
platão
esse primitivo abraço da imagem emoldurada. digestão. elaboração. imagem. em mágica. sobre o ombro sócrates seduz eros que se deita sobre a maca. abre o peito. não há nada. sobre o livro os olhos abrem e vêem nada. arcos bem feitos de uma catedral futura se armam e se esquecem. ali. na imagem cercada de silêncios e assonâncias. ritmo de um amor que não veio. sem lirismos. sem qualquer opera-drama. sem voz. há um dilaceramento na história. um romance sem páginas. não houve. nada há. a agua que escoa do fundo oco da fonte. a musa, o monte. o esquadro e a mesas das luzes. um século no escuro. desenha a figura do homem que sofre. o censor anota as páginas e recomenda. biblioteca. no quadrado da imagem: o escuro. o homem está tomando banho. o pathos que se perde. nunca houve. há o dado teórico e a imagem barroca da sedução. e te escondes. e me viras. e devolves. e replica. um filósofo de necrotério. a literatura e os cadáveres. as gaveta do IML. o médica respira a ares de melancolia. o arquiteto (me) sorri e se esconde, rubro. e aqui. e ali. digo da excusa. os mosquitos kantianos da dúvida. os mosqueteiros da jurisprudência. enleva-se a imagem. quadro sacro para o devir. três goles de lágrimas. um pouco de tinta. um cinzel.
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