a dor paira. o espelho me ignora. escrevo em letras tortas.
o poema não se faz prosa.
há um soluço de chuva.
um clima que interrompe qualquer possibilidade. os animais urram não e não mais.
eu não poderia acreditar nas alturas. desejo uma piteira imaginária.
a sapatilha aperta até o olho respirar mais do que a paisagem.
aspira a imagem
duas aspirinas e mais não.
a pessoa longe veste a burca do silêncio.
leio meu testamento.
violinos em ré menor cortam
meus pulsos.
respiro.
toco os diamantes com um pouco de esperança.
lembro o sague azul que faz partitura
de três lágrimas
para compor um sorriso
numa aliança machada.
as pestanas gritam
no vazio.
um cravo cravado no peito.
o pêndulos balouçam
faço piano das letras
e recombino os sonhos.
as palavras pegam fogo
eu esfrio o que resta de mim
e escondo o brasão
e a genealogia de todas as verdades
sem poesia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário