sexta-feira, 1 de maio de 2009

work in progress

o relógio bate o ponto
no ponto em que salto
engancha no ganho
de algumas notas
de aprovação
a passarelas das ruas
entre holofotes de negro
e lascivo pudor
em que as bochechas rosadas
de pó da signorina
-beladonna!-
se enviezam
e não barganham
o preço é o que é
sem juros
sem cartões
apenas desejo
serviço domestico:
cama, mesa e banho
o suor escapa
a sede oculta nas calças
e na fadiga
oculta da respiração
o poema revida
se vende
e se mata.

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