domingo, 17 de maio de 2009

à savoir l'idée

A un poète aveugle
um mês antes de flaubert
(hélas, attriste ta maison.)
numa palheta de cores curta e asséptica
de estrelas opacas e negras de crucifixo
o corpo se deixou pintar
e assim, território de colunatas
sentado na beiradinha do mundo
no escuro átrio esquerdo
ao lado esquerdo do pecado
a matriz dessa mão sem dedos
entrelaça o próprio do desejo
fostes paras águas
sem a camisa
a marca de uma pele não-marcada
(ô toi d'où me vient mon bonheur !)
três séculos que se chocam no território em que apenas as pedras se sustentam
houve o desejo, os laços
e o não
o calendário pegou fogo
- penas de victor hugo -
bel ange, un joug te tient captive,
não são as correias deste impedimento
mas este fundo raso de espelho
que impele e insiste
ôh toi d'où me vient ma pensée,
cinzelado em verdes e vermelhos
na escolha da opção última
fort intimidantes
sem sorriso
só soluços

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