segunda-feira, 11 de maio de 2009

murmúrio

דלילה
dalila grita na noite tramando as tranças do ódio com a carência de anjo estranho, os cílios alongados pelo desespero. as vozes em torno, dentro e fora ecoam - estrange - as luzes avermelhadas da retina cintilam oportunalmente em código morse. il n'y a rien que je veux mourir là! os pontos riscados num céu mítico. céu ao inverso: os códigos das portas do inferno. um golpe de dedos rimbaudiano sobre o tear vazio. nenhuma harmonia posta em colunatas de uma vitória vendida. como dizes, aceito. como fazes, eu passo. quando gritas, insisto. quando assumes, sumo. o pensamento se distorce, dispara. to a reason. dalila uma bacante de pratos vazios, insiste em banhar os cabelos perfumados nas águas de caronte. as vozes da clínica recuperam-se. precisam se curar, largar o corpo que as aprisonou nas paredes úmidas. decola. como olhar o vazio da vida na plenitude da obra. estiléticamente dalila escreve e se confunde: a orgia babilônica em ruas de paris (que se repeuple). no canal que liga sujeitos, o dente que dói, a nevóa que abre e irrompe da alma, cálice partido, fundido aos sujeitos e dentada de medos, corre e corrói. mas nua. nua com nervos nus. as estrias estiradas sobre a mesa. a força cilíndrica que torce e responde elétricamente. fibras de purkinji. a mulher que trai a lei, suprime o juiz, reescreve o código. a língua sob suspeita na saudade da flor.

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