sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

(para Andrea)

com uma gérbera sobre a mesa.

a mão ao longe, quer tocar a lembrança. dois por dois. sem 3x4. você valsando na vida, eu saltando os percalços. salto, pés, pontas. um corpo lânguido que cai ao abraço. esta era a nossa dança: a dança em que não eram os corpos que se tocavam, mas os olhos que de longe, insistiam em longos beijos cíliados. e no fundo dos olhos, onde habita o desejo, um colorido de flor, um colorido de flor sem perfume se abrindo e beijando, com os olhos, não a imagem, mas os olhos do outro corpo. como quem sabe o que busca, sem almas gêmeas, apenas um olhar insistente, que não fala, não grita, sussurra em intermitantes piscadelas quase que código morse. eu ainda sei o que dizias. só posso dizer que "eu também"... é... eu também... é isto que as batidas no peito insistem e que você só pode reconhecer aqui, na espera do abraço em tempos aberto, num compasso sincopado, dois por quatro, leve e síncopado desta escrita frágil e trêmula que sabes que é só tua.

Nenhum comentário:

Postar um comentário