sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

no fio da navalha

hoje me entreguei ao barbeiro. rosto posto à prova. rosto posto à lamina. descola isto de mim. limpa meu rosto, na superfície dos pêlos. na fuga da pele. nisto que apenas dói e que irrita e irrita. me abraça? preciso de ti ainda. não foge. você e seus mapas. o barbeiro descobre o mapa do meu rosto, mas erra o sexo e a idade. o fluxo se perde. não há rio. sequei as lágrimas. a pele arde. meu peito arde por ti. não por ti que deve estar pensando nisto, mas justamente por ti que não pensa. em trinta segundos escrevi ti por it. não admito você como uma coisa. eu preciso amar com meu cérebro. você contentaria com isso? ele lava meu rosto. não me encontro no espelho. vou para rua. ainda chove. corro e apenas isto. sem relógios. você no meu horizonte distante.

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