domingo, 18 de setembro de 2011

do que retorna

andar na rua, apenas. só. os braços laterais ao corpo. o que se movimenta ao vento são apenas os cabelos, os pensamentos não podem ser esquecidos. o que pode ter acontecido?
no fundo do baú, o medo ainda.
sobre as mesas as cartas abertas.
nas mangas, coringas.
algum dinheiro no bolso.
talvez esta fosse a história da distância entre eles, se houvesse um eles. um tempo distendido como tabuleiro de xadrez. neste jogo sou apenas um peão, descartável, podendo ser dama até o final do jogo, mas isto não importa, andando estranho, enviesado, sem armas ou nobreza. é como se eu visse como as mãos movimentam as peças e soubesse o que esperar dos dois reis no fim do jogo.
o tempo se tornou uma peça a mais no jogo, as linhas que separam as casas brancas e pretas e que ninguém observa.
quem retorna aqui é apenas um fantasma, um caco de existência que ainda corta e desponta na pele.
Badtime Stories toca no fundo. Talvez seja pra mim. talvez não. ainda leio Nietzsche. corre o rio do meu amor para o insuperável! Como não encontraria um rio enfim o caminho do mar? O alemão não conheceu o Tietê e a lógica de São Paulo.
talvez não devesse pensar assim.
tenho tantos papéis diante de mim e nenhuma vontade de...
talvez a vida seja isto, atravessando, corpo denso, os fantasmas que retornam, mas não podem mais nos tocar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário