terça-feira, 18 de outubro de 2011

embrulhado num lenço de seda

minha cabeça dói com mais um mapa fechado. minhas pernas cansadas. tudo tão desorganizado. eu ainda acordado. três pílulas para dormir, outras duas para existir. ainda sei respirar no modo automático. tu me envias a ''minha'' canção. esta que dizes ser minha. mas ao mesmo tempo não dizes nada. nada. nada. a mão espalmada, entre o tapa e o carinho. see you around. estou perdendo meu francês. não fumo. há quanto tempo não bebo. ainda devia escrever sobre blumenau e os últimos percalços, mas será? I don't have much money but boy if I did... I'd buy a big house where we both could live. ah... simple boy... não sei para onde correr. é como se o céu girasse e a terra ainda mais rápida, contraditória, invertesse as verdades. quantos quilômetros são necessários para desfalecer? sinto aquela vontade de correr e de não ouvir nenhuma voz, correr em linha reta, em alguma direção. talvez algum dia siga os trilhos do trem no fundo do meu quintal. talvez eu apenas durma e dormindo me esqueça, a mim, a meu nome. quais as palavras que me escapam e não me deixam dizer de ti? não sou bom nisto. quiçá seja bom em alguma coisa. minha caneca de café esfria. ainda espero aqueles versos traduzidos. eu não tenho lá muito dinheiro para estas corridas delirantes. meus pulsos doem. tanta coisa a decidir mesmo sem opções. minha agenda diz do amanhã que tenho medo. desta casa grande, gatos e livros. os passos solitários ecoando no sotã: os pesadelos e as escolhas que sempre nos assombram. uma pá de terra. a dúvida morta-viva. I hope you don't mind.... across the universe. os grandes romances me estragaram. eu encontraria Mme. Bovary me acenando num musical em blue. qual seu perfume? terá recebido meu postal? meus enigmas caem aos poucos para dentro das gavetas, esquecidos com meus diários. sou esquecível. sem palavras. você seria capaz de descrever meu rosto? talvez apenas saia duas ou três palavras sem coragem. não sou tão bonito e carrego estas marcas, pés tortos. édipo seria um bailarino? preciso dar as minhas notas, terminar minha leitura, morrer mais um pouco. meus 24 anos perdidos se aproximam. sem táxi, não poderei fugir para a barra da lagoa, beber um pouco mais, me esquecer, desligando o celular... a responsabilidade ainda fica aqui. cega e certa. mecânica. this is song: o relógio é quem ordena. eu ainda queria poder tomar um café contigo numa destas manhãs, perder um lenço, um desenho... e ocupar um banco vazio numa praça esquecida. tão mínimo.

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